Despedida 9º ano B =(

Juro que gostaria que as coisas fossem mais fáceis! Que eu pudesse entrar na internet e achar um texto de algum poeta famoso que eu achasse que ia dizer tudo o que não consigo dizer agora.
Queria muito poder chegar nesta aula de despedidas e ter muita facilidade ao pronunciar as palavras, sem ter o medo de me esquecer de alguém ou de não dar o valor devido àquele que merece.
Sendo assim, prefiro simplesmente escrever o que me vier à cabeça, sem me preocupar se na hora de ler fará sentido ou não, pois não há nada melhor do que a sinceridade.
Muitos de vocês podem até ter pensado que eu chegaria aqui e leria o mesmo texto lido na sala da manhã, com os mesmos comentários, as mesmas frases feitas...
Isso não é possível, pois são salas diferentes em momentos diferentes e com histórias completamente diferentes também.
Mas, pra começar meus comentários acerca do 9º ano B eu preciso me lembrar que desta sala não se tem quase nada do que foi o 8º ano B do ano passado...
Alunos que mudaram pro período da manhã, outros que vieram pro período da tarde, novos que chegaram e já parecem até que são alunos de muito tempo atrás.
Começo pela Vivian então...
Como pode uma pessoa que começou a ser minha aluna apenas este ano se tornar tão próxima de mim tão rapidamente?
Pelos msn´s da vida, troca sms´s, ligações e muitas atualizações de facebook.
Acho que faz muito tempo que você deixou de ser minha aluna e se tornou minha amiga...
Quando meu pai ficou doente foi uma das únicas pessoas que partilhou comigo deste momento tão complicado e me ajudou a superar...
Isso sem contar os vários climas que fiz rolar entre você e algumas pessoas, mas isto é assunto só nosso!
Seguindo pelo mesmo sentimento eu não poderia deixar passar o Lucas...  o Lucas que pouca gente nesta sala conhece.
Só ele mesmo vai entender o que significa receber um sms às 5h da madruga e ficar super feliz em verificar que vem uma resposta.
Muitos foram os nossos assuntos, as nossas trocas de confidencias, as nossas brincadeiras acerca de muitas coisas que nos aconteciam e os momentos em que um tinha certeza de que alguma coisa na vida do outro não estava bem, mesmo que ninguém falasse nada a respeito.
Faz muito tempo que o Lucas se tornou mais que um aluno pra mim. E sei que sabe disso.
Guilherme honrou meu trauma de nomes da mesma linhagem. Não foi tão bagunceiro como os demais que passaram pelos meus anos de magistério, mas deu a sua contribuição mesmo assim.
Engraçado que o Guilherme é aquele aluno que mesmo que diga que está tudo bem eu consigo perceber quando o que ele disse não condiz com a verdade.
Conheço o Guilherme só de olhar e quando tivemos nossos problemas relacionados com as mídias sociais foi um dos alunos de quem mais senti falta e tive muito que relutar para bloquear. E tudo isso por um único motivo: eu amo este menino!
Karol chorou demais com a troca de período e não queria de nenhuma maneira vir pra tarde. Logo se grudou na Vivian e as coisas foram indo para seus devidos lugares.
Super sensível e cheia de segredos comigo, percebo que tornou-se muito mais próxima de mim do que alunos com os quais convivo a muito mais tempo. Se tem uma coisa que admiro nela é o seu jeito extremo de demonstrar o que sente.
Luma é mais um exemplo de aluna que, mesmo que tendo nossos momentos de maior aproximação e distanciamento, tem muita história que não será esquecida.
Lembra-se das muitas vezes que ficamos até tarde trocando confidencias via msn?
Eu lembro perfeitamente! E posso dizer que seus bons desejos para minha pessoa me fizeram admirar ainda mais as diversas qualidades que se encontram em você.
Sempre extremante próxima da Emilly não foram poucos os momentos em que tive a certeza de que as duas estavam desenvolvendo uma amizade de verdade, daquelas que nem o tempo e nem a distância afastam.
A Emilly sempre calada, com seu jeito bem discreto de ser, acabou me ensinando que nem sempre é bom falar de tudo com todos... uma lição que acabei aprendendo nesta sala. Acredito que se eu tivesse um pouco da descrição dela teria eliminado uma série de problemas que acabaram acontecendo.
José Monteiro, com seu jeito nada discreto de ser, me mostrou o que é ser uma pessoa expansiva...
Sempre com seu jeito “nada baixo” de falar e jeito de gestos com suas mãos, até quando gaguejava conseguia prender a atenção de todos.
Tivemos nossos desentendimentos, mas é bom demais perceber que no final deste ano está tudo resolvido entre nós e que as coisas ruins ficaram no passado.
O Marcos nestas horas diria que isto é “desnecessário” e todos morreriam de rir.
Uma eterna criança que ficava fritando seus bifes na caixinha de seu óculos... Enquanto muitos achavam que ele não estava ligado na aula eu acabei percebendo que o seu caderno era um dos mais completos da  sala inteira.
Tamires chegou enchendo a sala e minha cabeça com funks de letras minúsculas (às vezes até com uma palavra só). Irmã do Douglas, meu anjo travesso do 1º ano, é uma menina que tem um jeito um tanto quanto estourado de ser, mas isso não quer dizer que não tenha seus problemas a resolver.
Percebo que ela se tornou como uma mãe do Douglas que muitas vezes fala tanto desta bendita irmã que até acreditaria ser ela sua própria mãe.
Ariane será lembrada pelo 11.11.11 e pela grande “catiça” que jogou na festa de 15 anos da Vivian. Quando aquela chuva horrível começou e ela deu seus “pitis” básicos, achei até que não tinha muito tempo de vida por causa do tamanho do drama que fez. Tudo passou, vivo estamos e a lembrança das caras e bocas que ela fez teimam em não passar.
Segue aqui meu pedido de desculpas por todas as vezes que sem querer acabei chamando a Erica de Giovanna Gobbi e ela ficou muito brava comigo, desculpe, mas amo demais as duas e não achei que se sentiria menos valorizada pela troca.
São totalmente diferentes uma da outra e, sinceramente, não gostaria que nenhuma mudasse seu jeito de ser.
Caio ano passado foi por muitas vezes confundido por mim com o Gabriel do 1º médio
Não foram duas ou três vezes que peguei você pelo braço e arrastei sentido ao ponto de ônibus. Quem mandou ser tão grande como ele?
O Bruno, escondido embaixo de seus óculos nada discretos, chegou neste ano e já pegou manha de aluno antigo demais. Conhecer seu vô na reunião me fez perceber   que podem passar muitos e muitos anos, mas você sempre terá um avô que vai estar por você sempre que precisar.
Diego, super discreto, se mostrou um musicista se primeira... é uma pena que em nenhuma das oportunidades que tivemos eu pude ver você usando seu dom.
Fabricio, Schanaider, Igor são o que chamaria de os três mosqueteiros. Será que um dia os vi separados um dos outros? Se sim, foi em algum momento muito raro.
José Jacominni o grande dançarino de lambada , Everton o grande produtor de filmes e tantos outros talentos que se escondem em apenas uma sala.
Seja como for 9º ano B, eu quero deixar aqui nesta aula final o meu pedido de desculpas e o meu “muito obrigada”.
Desculpa quando não fui a professora que esperavam, não agi como queriam, não dei aula livre quando pediram, não parei de passar textos na lousa enquanto vocês reclamavam...
Mas, acima de tudo, obrigada por fazerem de mim uma pessoa e professora melhor. Obrigada por me fazerem entender mais uma vez que se professor é muito mais do que muita gente pensa.
É enxergar aquilo que ninguém repara...
a armação do óculos que muda
 a mudança da cor do cabelo que ninguém notou
o olhar distante de pessoa apaixonada
a dúvida do corte de cabelo a se escolher
a namorada que assiste ao seu jogo de futebol
aquilo que te preocupa e você não confidencia com qualquer pessoa
O ano acabou, mas espero nunca deixar de ser a maestra de vocês.
Continuando aqui, indo pro Basilides, ou seja, lá onde for você nunca, nunca mesmo, deixarão de serem meus alunos.
Amo infinitamente cada um de vocês! Gracias, muchachos!

Comentários

  1. ...olá!...é! passei por isso também...como é bom...parabéns pelo blog!
    Boa noite!

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